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Este trabalho
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analisa as principais experiências de organização e
classificação da documentação existente no Arquivo Nacional (AN),
nas duas últimas décadas do governo monárquico, período em que
Joaquim Pires Machado Portela
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ocupou a direção do então Arquivo
Público do Império, assim como suas iniciativas em ampliar o acervo
da instituição. Apesar de ter sido fundado pelo regulamento n. 2, de
2 de janeiro de 1838, o Arquivo Público teve grandes dificuldades
para funcionar em seus primeiros anos de existência, passando por
constantes mudanças de endereço, reduzida remessa de documen-
tos, estrutura física deficiente e um incêndio.
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Logo após Portela assumir a direção, em 1873, o órgão passou por
diversas transformações, estabelecidas pelo decreto n. 6.164, de 24
de março de 1876, que determinou um novo regulamento. Dentre
as mudanças promovidas pelo ato estava a abertura de uma seção
judiciária, uma biblioteca e uma mapoteca; a proposta de elabora-
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Este texto consiste em uma versão adaptada de parte da pesquisa intitulada
Entre a administração e a história
: o lugar do Arquivo Público do Império nos projetos
de modernização do Estado na década de 1870 (Gabler, 2015).
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Bacharel e político pernambucano, Joaquim Pires Machado Portela atuou como
advogado, professor, deputado, dentre outros cargos públicos, até assumir o
Arquivo Público do Império, deixando a direção da instituição somente em 1898,
quando se aposentou. Neste trabalho, priorizamos as atividades realizadas durante
o período imperial (1873-1889).
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As dificuldades de funcionamento mencionadas são expostas em diversos
relatórios de diretores da instituição. Parte desses documentos encontra-se
transcrita em Castelo Branco (1937).
Introdução