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José Caetano de Faria

Publicado: Quinta, 15 de Junho de 2023, 09h00 | Última atualização em Quinta, 20 de Julho de 2023, 15h58 | Acessos: 581

Nasceu no Rio de Janeiro, em 21 de março de 1855. Era filho de Caetano José Faria e Adelaide Lima de Faria. Ingressou na carreira militar como soldado voluntário no Primeiro Batalhão de Artilharia, junto à Escola Militar na Praia Vermelha, em 1868. Em 1871, foi destacado para acompanhar as tropas de ocupação do Exército brasileiro no Paraguai, após o término da Guerra da Tríplice Aliança (1864-1870), que reuniu Brasil, Argentina e Uruguai contra as forças paraguaias de Solano López. Em 1875, retornou ao Brasil e ingressou no curso de cavalaria da Escola da Praia Vermelha. Em 1878, ingressou como professor de matemática na Escola Militar do Rio Grande do Sul, onde permaneceu até 1888. Em 1891, assumiu o comando do 1° Regimento de Cavalaria de Guardas, na cidade do Rio de Janeiro, e de 1892 a 1896, do Regimento Policial do Distrito Federal. Em 1893, foi designado pelo presidente Floriano Peixoto para averiguar a situação do Rio Grande do Sul, onde as forças de Gaspar Silveira Martins opunham-se ao presidente do estado, Júlio de Castilhos, apoiado por tropas federais, o que levaria à Revolução Federalista (1893-1895). Teve atuação destacada ainda na Revolta da Armada (1893-1894), em que unidades da Marinha do 1º Regimento de Cavalaria de Guardas ameaçaram bombardear a cidade do Rio de Janeiro, e na revolta da Escola Militar da Praia Vermelha, no contexto da Revolta da Vacina, em 1904, no Rio de Janeiro, que levaria ao seu fechamento. Esteve no comando do 1º Regimento de Cavalaria de Guardas (1898-1904), que receberia o nome de Dragões da Independência, e da 1ª Região Militar (1909-1910). Foi nomeado chefe do Estado-Maior do Exército (EME) no governo do presidente Hermes da Fonseca (1910-1914), e ministro da Guerra no mandato do presidente Venceslau Brás (1914-1918), notabilizando-se pela implementação de um projeto de profissionalização e modernização do Exército, colocando em prática algumas das propostas defendidas pelo grupo que ficou conhecido como ‘jovens turcos’, que estagiara na Alemanha entre os anos de 1906 e 1912. Para tanto promoveu o serviço militar obrigatório, como forma de atrair jovens de todas as classes sociais, que fora aprovado em 1908, o que contou com uma campanha iniciada pelo poeta Olavo Bilac em 1915, que daria origem à criação da Liga de Defesa Nacional, em 1917. Atuou na reestruturação da formação de oficiais, com a criação do Centro de Instrução e Aperfeiçoamento de Infantaria, e na regulamentação de diversos órgãos de comando e administrativos; dividiu o território nacional em regiões militares e redistribuiu as grandes unidades, além de criar a Inspetoria de Armas e Serviços, o Campo de Manobras de Gericinó e o 1º Distrito de Artilharia da Costa; deu início ao projeto de Aviação Militar e do Serviço Geográfico Militar; e renovou os equipamentos militares. Com o término do governo de Venceslau Brás, em 1919, foi nomeado ministro do Supremo Tribunal Militar, tendo assumido sua presidência em 1920-1922, 1924-1926, 1927-1928, 1928-1931, 1931-1932 e 1932-1934, sendo aposentado compulsoriamente ao fim de seu mandato. Em sua carreira no Exército, ocupou as graduações de cadete de segunda classe (1869), furriel (1870), segundo-sargento (1871), primeiro-sargento (1874), alferes (1875), tenente (1878), capitão (1884), major (1891), tenente-coronel (1894), coronel (1902), general de brigada (1905), general de divisão (1910) e marechal (1916). Foi presidente do Clube Militar nos períodos 1908-1910 e 1910-1912 e contribuiu para a revista Defesa Nacional, veículo oficial dos militares reformadores, lançada em 1913 na seção Atitude Militar, em que defendia o ideário de modernização e profissionalização do Exército. O Regimento de Cavalaria da Polícia Militar do então Distrito Federal denomina-se Regimento Caetano de Faria em sua homenagem. Morreu no Rio de Janeiro, em 16 de agosto de 1936.

 

Daniela Hoffbauer
Set. 2022

 

Bibliografia

FARIA, Caetano de. In: DICIONÁRIO Histórico-Biográfico da Primeira República (1889-1930). Disponível em: https://bit.ly/3De0FZ0.  Acesso em: 9 set. 2022.

MARECHAL José Caetano de Faria. Supremo Tribunal Militar. Disponível em: https://bit.ly/3LfjcGp . Acesso em: 15 set. 2022.

JOVENS turcos. In: DICIONÁRIO Histórico-Biográfico da Primeira República (1889-1930). Disponível em: https://bit.ly/3xhg6vt. Acesso em: 12 set. 2022.

LIGA da Defesa Nacional. In: DICIONÁRIO Histórico-Biográfico da Primeira República (1889-1930). Disponível em: https://bit.ly/3S8H4xC. Acesso em: 15 set. 2022.

LUNA, Cristina M. De Andrada. Os ‘jovens turcos’ no processo de desenvolvimento do Exército e da nação. Disponível em: https://bit.ly/3QIttvA. Acesso em: 13 set. 2022.

MOREIRA BENTO, Cláudio. Marechal José Caetano de Faria. Disponível em: https://bit.ly/3sp1tne. Acesso em: 24 out. 2022.

OLIVEIRA, Tiago Siqueira de. Reflexões sobre a construção da identidade nacional a partir dos discursos de fundação da Liga da Defesa Nacional. Revista Aurora, Marília (SP), v. 7, n. 1, 2013. Disponível em: https://bit.ly/3DiYyTL. Acesso em: 13 set. 2022.

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