Previous Page  62 / 250 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 62 / 250 Next Page
Page Background

|

m i

n i s t é r i

o

da

j u s t i

ç a

1 9 0

a n o s

j u s t i

ç a

,

d i

r e i t o s

e

c i

da da n i a

n o

B

r a s i l

61

De Costa e Silva a Figueiredo

Castelo Branco não conseguiu fazer um

sucessor, e, em 1967, foi eleito presidente o

general Artur da Costa e Silva, tendo como

vice o político mineiro Pedro Aleixo. O

governo de Costa e Silva ficou marcado pela

rearticulação da oposição. Nesse momento,

observou-se a atuação da Frente Ampla, que

começou a ser organizada por Carlos Lacerda

em 1966, em defesa das eleições livres e diretas,

e que recebeu o apoio de dois de seus antigos

adversários: os ex-presidentes João Goulart e

Juscelino Kubitschek.

Houve também protestos estudantis

pela melhoria das condições do ensino

universitário. Em 28 de março de 1968,

durante um desses protestos, o estudante

Edson Luís foi morto com um tiro

disparado pela polícia, no Rio de Janeiro.

Em junho, ocorreu a Passeata dos Cem Mil,

que reuniu diferentes forças empenhadas na

luta pela redemocratização. E o movimento

operário voltou ao cenário político com a

organização de duas grandes greves, uma

em Contagem, Minas Gerais, e outra em

Osasco, São Paulo.

A essas movimentações seguiram-se

medidas repressivas. Logo em abril, o

ministro da Justiça proibiu as atividades da

Frente Ampla. E, em julho, determinou a

proibição de qualquer tipo de manifestação

de protesto no país (Skidmore, 2004,

p. 153-155). Mas a maior reação do governo

veio com o ato institucional n. 5, em 13

de dezembro de 1968. O AI-5 manteve

a Constituição de 1967, mas efetuou

significativas alterações. O presidente

da República voltou a ter poderes para

decretar o recesso do Congresso Nacional,

assembleias legislativas e câmaras

municipais. E ficou autorizado, portanto,

a legislar sobre todas as matérias e exercer

as atribuições dessas instâncias, podendo

também interferir nos estados e municípios

com a nomeação de interventores.

O ato ainda restabeleceu os poderes do

presidente para suspender os direitos

políticos de qualquer cidadão pelo prazo de

dez anos, cassar mandatos eletivos federais,

estaduais e municipais, demitir, aposentar

ou colocar em disponibilidade servidores

públicos. Além disso, suspendeu o

habeas

corpus

nos casos de crimes políticos, contra

a segurança nacional, a ordem econômica e

social, e a economia popular.

Com o AI-5 abriu-se um novo ciclo de

cassação de mandatos, perda de direitos

políticos, expurgos no funcionalismo

público e recrudescimento da censura e das

ações da polícia política. Por outro lado,

houve a intensificação da luta armada,

realizada por grupos de esquerda como

a Ação Libertadora Nacional (ALN), a

Vanguarda Popular Revolucionária (VPR)

e o Movimento Revolucionário Oito de

Outubro (MR-8).

Em 30 de agosto de 1969, Costa e Silva

foi afastado por motivo de saúde. No dia

Reunião do Conselho de Segurança Nacional no governo do presidente Costa e Silva,

marcado pela promulgação do AI-5

Arquivo Nacional

60 –