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Orville Adelbert Derby

Publicado: Quinta, 21 de Setembro de 2023, 15h54 | Última atualização em Sexta, 15 de Dezembro de 2023, 14h41 | Acessos: 391

Nasceu em 23 de julho de 1851, no povoado de Kelloggsville, zona rural da cidade de Niles, estado de Nova Iorque, Estados Unidos. Filho de John C. Derby e Malvina A. Lindsey Derby, passou a infância na fazenda de seus pais, em Finger Lakes. Fez seus primeiros estudos na cidade em que nasceu e os preparatórios na Albany Normal School. Em 1869, ingressou no curso de geologia da Universidade de Cornell, na cidade de Ithaca, no estado de Nova Iorque. Veio ao Brasil pela primeira vez em 1870, a convite de seu professor de geologia e geografia, Charles Frederic Hartt (1840-1878), que participara da Expedição Thayer (1855-1856). Hartt organizou nova expedição científica, conhecida como expedição Morgan, financiada pelo empresário e político Edwin Barber Morgan (1806-1881). Esteve no estado de Pernambuco, acompanhando o naturalista DeBorden Wilmont, na primeira viagem da expedição científica, em que organizaram uma expressiva coleção de fósseis da formação Maria Farinha. Em 1871, na segunda viagem, ao lado de Charles Hartt, explorou o vale do Rio Amazonas e realizou uma coleta de fósseis carboníferos nos calcários da formação Itaituba, no curso do rio Tapajós. Retornou aos Estados Unidos, concluindo seu curso de graduação em 1873. No ano seguinte, obteve o título de master of science, com o trabalho On the Carboniferous Brachiopoda of Itaituba, Rio Tapajos, Prov. of Pará, Brazil. Substituiu, na Cornell University, o professor Hartt, que retornou ao Brasil para apresentar proposta de criação de um serviço geológico para o Império, ao lado de John Casper Branner. Em 1875, voltou ao país como assistente de Charles Hartt, na recém-criada Comissão Geológica do Império (1875-1877), considerada a primeira iniciativa nacional no campo específico das ciências geológicas, subordinada à Secretaria de Estado dos Negócios da Agricultura, Comércio e Obras Públicas. Durante os trabalhos da comissão, realizou pesquisas nas províncias da Bahia e Sergipe, estudou a geologia do Recôncavo baiano, do Rio São Francisco e do Pará. Com a extinção da comissão, organizou todo material coletado, ao lado de Charles Hartt e Richard Rathbun, para sua preservação no Museu Nacional. Trabalhou como voluntário no museu, até sua efetivação em 1879, como diretor da 3ª Seção de Geologia, onde atuou como pesquisador e organizou coleções de mineralogia e de paleontologia pertencentes ao acervo da instituição, até seu desligamento em 1890. Participou da Comissão Hidráulica do Império, criada em 1879, para exploração do Alto São Francisco, em que foi designado para realizar estudos geológicos. No ano seguinte, trabalhou com Claude Henri Gorceix, diretor da Escola de Minas de Ouro Preto, na elaboração de cartas geológicas indicativas de Minas Gerais. Em 1885, por convite do presidente da província de São Paulo, João Alfredo Corrêa de Oliveira, chefiou a Comissão Geográfica e Geológica de São Paulo de (1886-1890), cujo objetivo era favorecer a expansão agrícola por meio da pesquisa científica. Em São Paulo, atuou, ao lado Francisco Ramos de Azevedo e do botânico sueco Alberto Löfgren, na criação do Horto Botânico, foi responsável pelo Boletim da Comissão Geográfica e Geológica de São Paulo, criado em 1889, tendo feito parte ainda da fundação do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, em 1894. Desligou-se da comissão em 1905, em meio a uma disputa científica, com professores da Escola Politécnica paulistana, em torno de seus métodos e da lentidão dos trabalhos, bem como a desentendimentos com o governo do estado por conta da redução de verbas e salários. Recebeu convite do secretário de Agricultura da Bahia, Miguel Calmon du Pin e Almeida, para dirigir o Serviço de Terras e Minas do Estado da Bahia, onde desenvolveria estudos sobre depósitos manganíferos em algumas áreas. Exonerou-se do cargo ao receber convite de Miguel Calmon, nomeado ministro da Indústria, Viação e Obras Públicas, para organizar o Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil, criado pelo decreto n. 6.323, de 10 de janeiro de 1907, subordinado ao Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio, com a finalidade de estudar a estrutura geológica brasileira. Em seus anos iniciais, o Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil deu continuidade aos trabalhos da extinta Comissão de Estudos das Minas de Carvão, servindo de base para a ação do governo nas áreas afetadas pela seca nos estados da atual região Nordeste. Ao longo da década de 1910, especialmente durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), Teve reconhecimento nacional e internacional em sua área de atuação, tendo publicado inúmeros artigos sobre suas pesquisas voltadas para geologia, mineralogia,  geografia física e cartografia, petrografia, meteorologia, arqueologia e paleontologia. Dentre seus trabalhos mais conhecidos estão A Ilha do Marajó e suas antiguidades (1873), Contribuição para a geologia da região do Baixo Amazonas (1877), Relatório acerca dos estudos geológicos praticados no rio das Velhas e alto São Francisco (1882), Relatório sobre a Comissão Geográfica e Geológica de São Paulo (1888), os trabalhos cartográficos da comissão Geográfica e Geológica de São Paulo (1889) e Notas geológicas sobre o Estado da Bahia (1905). Foi membro do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, da London Geological Society e da American Association for the Advancement of Science, e colaborador dos periódicos American Journal of Science, The Proceedings of the American Philosophical Society e Quaterly Journal of the Geological Society. Morreu no Rio de Janeiro, em 27 de novembro de 1915.

 Daniela Hoffbauer
Mar. 2023

Bibliografia

DERBY, Orville Adalbert. In: ERMAKOFF, George (org.). Dicionário biográfico ilustrado de personalidades da história do Brasil. Rio de Janeiro: G. Ermakoff Casa Editorial, 2012. p. 425.

DERBY, Orville Adelbert. In: DICIONÁRIO Histórico-Biográfico das Ciências da Saúde no Brasil (1832-1930). Disponível em: https://bit.ly/3yVFIyE. Acesso em: 17 mar. 2023.

DERBY, Orville (Adelbert). In: TOLEDO, J. Dicionário de suicidas ilustres. Disponível em: https://bit.ly/407GJQe. Acesso em: 21 mar. 2023.

FITTIPALDI, Fernando Cilento.  Orville Adelbert Derby. A Terra em Revista, Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais, n. 2, ago. 1996, p. 85-90. Disponível em: https://bit.ly/3lszHGB. Acesso em: 21 mar. 2023.

MAHL, M. L. 2012. Orville Adelbert Derby: notas para o estudo de sua atuação científico-intelectual em São Paulo (1886-1905). Revista de História, São Paulo, n. 167, p. 295-320, 2012. Disponível em: https://bit.ly/3og4J60. Acesso em: 18 maio 2023.

TOSATTO, Pierluigi. Orville Adelbert Derby. “O pai da geologia do Brasil”. Rio de Janeiro: Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais; Departamento Nacional de Produção Mineral, 2001. Disponível em: https://bit.ly/3pMZwCV. Acesso em: 18 maio 2023.

 

 

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