

67
melhor cultura do país pela pior que nele há”. Da mesma forma, o desembargador
João Rodrigues de Brito reclama da falta de liberdade para plantar, opondo-se, assim,
às medidas que “obrigam o lavrador a se ocupar com a mesquinha plantação da
mandioca” (Prado Júnior, 2000, p. 161; Novais, 1979, p. 264).
Vale dizer que a dinâmica desse setor agrícola voltado para o abastecimento
interno também é fruto de controvérsia historiográfica. A dependência que tal setor
desenvolveu em relação ao setor exportador condicionou, para muitos autores, sua
evolução, estando sua expansão dependente do aumento dos preços internacionais e
do crescimento das exportações. Outros autores, no entanto, defendem que o estudo
das crises de fome demonstra a autonomia que a agricultura alimentar assumiu em
relação à economia da lavoura (Linhares, Silva, 2000, p. 61-2). No entanto, parece-nos
que sua extensão nunca se comparou à da atividade agrícola exportadora, e tal
condição se reflete quando observamos que a atenção a ela dispensada pela Coroa, no
sentido de coordenar sua administração, não pode ser comparada com a do açúcar e
outros produtos tradicionais durante o período colonial.