Foram erigidos os núcleos urbanos da Vila dos Remédios e de Quixaba. Com isso, no final do
século XVIII, o presídio possuía cinco fortificações regulares, com 54 canhões. A guarnição contava
com 213 praças, sendo 190 oficiais, 144 soldados, 20 artilheiros e 30 índios. Havia ainda 6 empregados
civis, dois capelães, um almoxarife, um escrivão do almoxarifado, um cirurgião e um sangrador
(COSTA, 1887, p. 26).
No início do século XIX, o governo provisório instaurado pelo movimento autonomista e
republicano que eclodiu em Pernambuco no ano de 1817 nomeou o capitão José de Barros Falcão de
Lacerda “para desmantelar as fortificações da ilha e trazer o destacamento e os sentenciados. O
emissário foi recebido como um enviado do céu. Dali partiram todos para o continente, ficando apenas
dois soldados, que não puderam embarcar” (MELO, 1916, p. 7).
Esses registros esparsos sobre a existência na ilha de homens e mulheres desterradas e galés
certamente não contribuíram para a fama de “depósito presidiário” com a qual o presídio seria
lembrado por Duarte Leite nos anos 40 do século XX. A construção dessa imagem remonta ao século
XIX quando, então, o presídio militar de Fernando de Noronha passou a receber os “sentenciados da
justiça civil”.
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