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Caderno Mapa n.7 - A Secretaria de Estado do Negócios Estrangeiros e a consolidação das relações exteriores no Brasil

secretarias de Estado foram reformadas em 1868. No caso da pasta dos Estrangeiros, entretanto, sua

estrutura continuou similar, sendo suprimido apenas o cargo de consulto

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.

A política externa brasileira a partir de 1870 até o final do Império tornou-se mais retraída,

sobretudo por causa do desgaste com a Guerra do Paraguai. Além disso, diversos fatores políticos

como a oposição militar, a campanha abolicionista, a propaganda republicana e a crise das instituições

monárquicas voltaram a atenção da nação para suas questões internas. Além disso, apesar da formação

da Tríplice Aliança durante o conflito, ao final da guerra as relações com a Argentina esfriaram em

virtude das divergências em relação às negociações de paz com o Paraguai e das terras conquistadas no

território desta nação. O clima hostil perdurou até a República, mas não houve mais nenhum

enfrentamento militar entre os dois países, apesar de parte da opinião pública de ambos os lados muitas

vezes tender para isso (CERVO; BUENO, 1986, p. 36-39).

A pasta dos Estrangeiros manteve sua configuração administrativa até a proclamação da República.

Com o novo regime, a denominação da pasta mudou para Secretaria de Estado das Relações Exteriores.

Somente em 1890 o ministério tem sua estrutura alterada. O decreto n. 291, de 29 de março, que

determinou a organização da Secretaria de Estado das Relações Exteriores, mencionou o diretor-geral e

quatro diretores de seção, mas não explicitou sua distribuição, nem estabeleceu os nomes das seções.

Em 5 de dezembro do mesmo ano, o decreto n. 1.120 deu nova divisão às seções da secretaria,

suprimindo a 3ª Seção, de Chancelaria e Arquivo, substituindo-a por um arquivista que teria por

atribuição os assuntos da seção extinta, com exceção da correspondência, a cargo da 1ª Seção. Esta

seção também passou a ter as competências da antiga Seção Central. Em 30 de outubro de 1891, a lei

n. 23 reorganizou a administração federal, realizando nos ministérios uma nova reforma, na qual a

secretaria teve sua denominação transformada para Ministério das Relações Exteriores.

Por fim, no que se relaciona às fronteiras com outros países, o Brasil conseguiu estabelecer durante

o período imperiual acordos com o Uruguai (1851), com a Bolívi

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(1867) e com o Paraguai, dois anos

após a guerra (1872). Essas foram baseadas em alguns princípios básicos, tais como o

uti possidetis

,

respeitando as posses efetivas na época da independência e utilizando os tratados coloniais em caso de

dúvidas referentes a regiões não povoadas. Também buscou-se utilizar o princípio de negociação

bilateral, contemplando nas negociações acordos de navegação e comércio. Somente as questões

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Decreto n. 4.171, de 2 de maio de 1868.

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O acordo estabelecido na Bolívia nessa ocasião (Tratado de Ayacucho) ampliou o território brasileiro na área referente ao

atual Amazonas e reconheceu a ocupação boliviana na região do Acre. Porém, nos primeiros anos da República, o acordo

foi contestado gerando um problema diplomático que foi resolvido na gestão ministerial do barão de Rio Branco. ao

ministério frente.

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