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Emídio Dantas Barreto

Publicado: Quinta, 02 de Novembro de 2023, 08h03 | Última atualização em Sexta, 22 de Dezembro de 2023, 14h19 | Acessos: 445

Nasceu em Bom Conselho, província de Pernambuco, em 23 de março de 1850. De família humilde, era filho de Manoel Joaquim Moura Barreto e de Antônia Dantas Barreto. Em 1865, ainda analfabeto, alistou-se nas tropas pernambucanas do Corpo de Voluntários da Pátria para lutar na Guerra do Paraguai (1864-1870), tendo sido condecorado por sua participação no conflito. Retornou ao Brasil com o fim da guerra e fez o curso de artilharia na Escola Militar do Rio de Janeiro. Recebeu diversas promoções ao longo de sua trajetória militar: tenente (1879), capitão (1882), major (1890), tenente-coronel (1894), coronel (1897), general de brigada (1906) e general de divisão (1908). Combateu os revoltosos da Revolta da Armada (1893-1894), em que um grupo de altos oficiais se opôs a Floriano Peixoto (1891-1894), que assumira a presidência da República, e na Guerra de Canudos (1897), movimento comandado pelo líder religioso Antônio Conselheiro, no vilarejo de Canudos, interior da Bahia, tendo participado da Terceira Expedição no posto de comandante do 25º Batalhão da Infantaria e, em seguida, da Terceira Brigada. Em 1918, entrou para reserva e ingressou na política, participando da campanha presidencial vitoriosa de Hermes da Fonseca (1910-1914). Foi nomeado ministro da Guerra (1910-1911) num período conturbado politicamente pela Revolta da Chibata (1910), em que marinheiros, cabos e sargentos rebelaram-se contra a aplicação de castigos físicos na Marinha, e pela Revolta do Batalhão Naval (1910), rebelião dos fuzileiros navais da ilha das Cobras. Desligou-se do Ministério da Guerra para concorrer à presidência do estado de Pernambuco, assumindo o governo no período 1911-1915. Contou com o apoio dos militares em sua eleição, disputando o cargo com Francisco de Assis Rosa e Silva, representante da oligarquia local. Numa disputa marcada por denúncias de fraude e violência, saques, depredações, suspensão de serviços públicos, culminou com a intervenção federal no estado, tendo o Congresso reconhecido sua vitória. Seu governo marcou a primeira derrota da oligarquia pernambucana do conselheiro Rosa e Silva, e durante sua gestão atuou com dureza no combate ao cangaço no interior do estado, realizou obras para ampliação e modernização da área portuária do Recife, com a demolição da Igreja da Matriz do Corpo Santo, em 1913, devido a remodelações urbanas no local. Elegeu-se senador pelo estado de Pernambuco para a legislatura 1916-1918 e deputado federal no período 1921-1923. Em 1912, foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras e sucedeu a Joaquim Nabuco na cadeira n. 27. Foi sócio do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) e da Associação Brasileira de Imprensa. Ao longo de sua carreira militar, recebeu as medalhas de Mérito Militar, da Campanha do Paraguai, a geral da campanha do Paraguai, conferida por Brasil, Argentina e Uruguai, e a de Ouro por Serviços Militares. Colaborou em alguns periódicos, como A revista Americana (Rio de Janeiro), O Jornal do Comércio (Porto Alegre) e a Revista da Sociedade Fênix Literária. Entre seus livros estão A condessa Hermínia (teatro, 1883), Lucinda e Coleta, episódios da vida fluminense (1883), Margarida Nobre (ficção, 1886), A última expedição de Canudos (1898), Acidentes de guerra: operações de Canudos (1915), Expedição a Mato Grosso: a revolução de 1906 (1907), Impressões militares (1910), A destruição de Canudos (1912), Discurso político (1912) e Conspirações (1917). Morreu no Rio de Janeiro, em 8 de março de 1931.

Daniela Hoffbauer
Abr. 2023.

Bibliografia

BARRETO, Emídio Dantas. In: DICIONÁRIO Histórico-Biográfico da Primeira República (1889-1930). Disponível em: https://bit.ly/3A5svEt. Acesso em: 17 abr. 2023.

DANTAS BARRETO (Emídio Dantas Barreto). In: ERMAKOFF, George (org.). Dicionário biográfico ilustrado de personalidades da história do Brasil. Rio de Janeiro: G. Ermakoff Casa Editorial, 2012. p. 415-416.

PONDÉ, Francisco de Paula e Azevedo. Organização e administração do Ministério da Guerra no Império. Brasília: Fundação Centro de Formação do Servidor Público; Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército, 1986. (História Administrativa do Brasil, v. 16).

SILVA, Severino Vicente da. Anotações para uma visão de Pernambuco no início do século XX. Recife: Editora UFPE, 2018. Disponível em: https://bit.ly/3MIQ64B. Acesso em: 19 maio 2023.

ZACARIAS, Audenice Alves dos Santos. Primeira República em Pernambuco: flagelos da representação política (1904-1911). Clio: revista de pesquisa histórica, Recife, n. 37, p. 26-45, jan./jun. 2019. Disponível em: https://bit.ly/3oeoDOz. Acesso em: 19 maio 2023.

 

 

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