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O Arquivo Nacional e o Ministério da

Justiça possuem uma longa história

em comum. Já nos primeiros anos após

a proclamação da República, quando

o Estado brasileiro buscava adaptar

as antigas instituições imperiais às

necessidades do novo regime, o então

chamado Arquivo Público Nacional, antes

subordinado à extinta Secretaria de Estado

dos Negócios do Império, passou para o

âmbito do Ministério da Justiça e Negócios

Interiores.

Quando o ministério passou a se chamar

apenas Ministério da Justiça, em 1967, a

manutenção do Arquivo Nacional em sua

estrutura foi emblemática, pois reconhecia

o acesso à informação e a preservação

da história nacional como elementos

vitais para a cidadania no país, sendo sua

integridade reconhecida como um direito da

população brasileira.

A partir daí, as duas instituições evoluíram

junto com o próprio país. O fim do regime

militar e a redemocratização abriram uma

outra fase na história nacional, que exigiu

uma nova onda de reformas capazes de

adequar o Estado brasileiro às demandas

sociais que se impunham. Como parte desse

processo, em 2000 o Arquivo Nacional

passou para a estrutura da Casa Civil da

Presidência da República, onde manteve

suas atribuições de guardião da história

do país e continuou avançando no papel

de agente gestor da informação pública.

Enquanto isso, no regime democrático,

o Ministério da Justiça aprofundou

sua luta pela garantia dos direitos dos

brasileiros, enfrentando novos desafios e se

modernizando.

No entanto, em 2011, as trajetórias dessas

instituições centenárias se reencontraram.

A volta do Arquivo Nacional para o

Ministério da Justiça se deu no momento

oportuno em que a sociedade brasileira

busca discutir a melhor forma de lidar com

seu passado recente e o próprio Estado

toma para si a tarefa de coordenar esse

processo. Além disso, a nova Lei de Acesso

à Informação, promulgada no mesmo ano,

reforça a visão de que a gestão eficiente,

a acessibilidade e a transparência das

informações públicas são peças essenciais na

construção de um Estado democrático.

Esse retorno serviu, ainda, para que

o Arquivo Nacional fizesse parte das

comemorações pelos 190 anos do Ministério

da Justiça com esta publicação, que pretende

recuperar a história político-institucional

do órgão analisando suas principais

transformações nos diferentes momentos da

história brasileira, focalizando, em especial,

seu papel na promoção da justiça, dos

direitos e da cidadania no Brasil. Assim,

buscamos contribuir para esta data tão

importante, reforçando nosso orgulho em

participar dessa trajetória e estreitando

ainda mais os laços que, desde o século XIX,

unem as duas instituições.

Jaime Antunes da Silva

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