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Após a Independência do país, d. Pedro I é aclamado imperador do Brasil

Arquivo Nacional

Nesse contexto, o desafio que se impôs

ao governo imperial instalado após

1822 foi nada menos que construir,

simultaneamente, uma nação e um Estado

de direito, ou seja, criar uma entidade

política com fronteiras consolidadas e cuja

população partilhasse, em alguma medida,

de um sentimento de unidade. Ao mesmo

tempo se fazia necessário fixar em termos

legais, nos moldes do constitucionalismo

moderno, as regras que norteariam a

ação do Estado e os diversos aspectos da

relação entre ele e sua população, e dos seus

membros entre si. Em suma, era preciso

definir e implantar um modelo de cidadania,

além de erigir um sistema jurídico que,

por meio de instituições, zelasse pela

aplicação das leis que deveriam delimitar,

de acordo com o liberalismo em voga,

os direitos individuais, desempenhando

um papel determinante nesse processo

a Secretaria de Estado dos Negócios da

Justiça, antepassado imperial do atual

Ministério da Justiça.

A importância do Executivo na consecução

dessa meta torna-se ainda mais clara

se levarmos em conta que, no Brasil,

a conquista dos direitos civis não foi

resultado de um longo processo histórico

de lutas travadas pelas massas populares,

como acontecera nas nações europeias que

forneciam o exemplo de civilização seguido