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desta, outras medidas destinadas a atacar

o déficit público foram possibilitadas com

a aprovação de uma reforma parcial da

previdência social, a adoção da terceirização

de serviços e de empregos públicos em áreas

consideradas não essenciais e a continuidade

das privatizações.

Por outro lado, o governo também tomou

algumas medidas no âmbito da proteção

social, dando prosseguimento às ações

iniciadas durante o primeiro mandato com

o Comunidade Solidária, com destaque para

a implementação de alguns programas de

transferência de renda como o Bolsa Escola,

o Bolsa Alimentação e o Auxílio Gás.

No plano dos direitos civis, o grande

marco foi a aprovação do novo Código

Civil pela lei n. 10.406, de 10 de janeiro

de 2002. Originado do projeto de lei n.

634, de 1975, o código redefiniu institutos

como casamento, herança, emancipação,

maioridade civil, e acrescentou novos

temas acerca dos direitos da personalidade,

associações, fundações, direito de empresa

e outros. Assim, houve uma tentativa de

adequar a legislação civil à Constituição de

1988, mas seus avanços foram comedidos

diante da complexidade das relações sociais

e das transformações que atravessavam o

país (Wolkmer, 2011, p. 159).

Depois de oito anos de governo, Fernando

Henrique Cardoso não conseguiu fazer um

sucessor, e Luiz Inácio Lula da Silva, do PT,

que fora candidato a presidente em 1989,

1994 e 1998, venceu as eleições de 2002.

Uma das marcas de seu governo foi a

preocupação com a questão social. Logo no

início do mandato, Lula lançou o Programa

Fome Zero, voltado para o combate à fome

e à pobreza. Outro importante programa

foi o Bolsa Família, instituído em 2003, que

unificou quatro programas já existentes:

Bolsa Escola, Bolsa Alimentação, Auxílio

Gás e Cartão Alimentação, e que ainda está

em vigor. Outro assunto prioritário seria

a manutenção do controle inflacionário, a

partir de uma política econômica que tinha

como diretrizes o crescimento, a criação

de empregos, a estabilidade e a redução da

pobreza e da desigualdade (Brasil, 2010).

O governo Lula também se voltou para a

modernização da gestão pública, buscando

maior eficiência na execução das políticas

e programas governamentais. Para isso,

procurou aperfeiçoar os mecanismos de

controle, dando maior transparência aos

atos governamentais e estabelecendo um

novo modelo de gestão, participativa e

estratégica.

Contando com ampla popularidade, Lula se

candidatou à reeleição em 2006, obtendo a

vitória no segundo turno.

O carro-chefe de seu novo governo foi o

Plano de Aceleração do Crescimento (PAC),

destinado a consolidar a reorganização,

centralização e ampliação das políticas

federais de investimento em infraestrutura.

Seus objetivos principais consistiam

em acelerar o ritmo de crescimento da

economia, aumentar o emprego e a renda,

diminuir as desigualdades regionais

e sociais, e manter os fundamentos

macroeconômicos (inflação, consistência

fiscal e solidez nas contas externas). E suas

ações estavam organizadas em cinco blocos:

investimento em infraestrutura, estímulo

ao crédito e ao financiamento, melhora do

ambiente de investimento, aperfeiçoamento

do sistema tributário e medidas fiscais de

longo prazo (Brasil, 2010).

Classificação indicativa

A classificação dos conteúdos das diversões públicas e programas de rádio, televisão e outras mídias de acordo com a faixa etária

foi assumida como prerrogativa da União a partir da Constituição de 1988. Em 1990, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)

também dispôs sobre o assunto, estabelecido como um dever do Estado no que diz respeito à proteção da criança e do adoles-

cente. Considerada como instrumento de consolidação do Estado democrático de direito e um dos meios legais de promoção dos

direitos humanos, como o da liberdade de expressão, a classificação indicativa constitui uma importante ferramenta de diálogo

entre governo e sociedade. Tornou-se atribuição do Ministério da Justiça em 1990, e no ano seguinte foi criado um departamento

dedicado ao tema que existe até hoje.

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