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Caderno Mapa n.6- A Secretaria de Estado do Negócios da Guerra

Esta estrutura reduzida e personalizada da secretaria, contando apenas com o secretário, um oficial-

maior (dividido com a Secretaria dos Negócios Estrangeiros) e oficiais em número indeterminado,

permanecerá inalterada por todo o Primeiro Reinado e as sucessivas regências, e só sofrerá

modificações nos anos 40, no período que ficou conhecido como Regresso Conservador.

Os primeiros anos de independência foram turbulentos, caracterizados pela consolidação e pelo

enraizamento do projeto monárquico no Brasil. Após a abdicação e o fim do reinado de d. Pedro I,

segue-se o período das regências, marcado por muitas e violentas revoltas sociais decorrentes da crise

intra-elites a respeito da organização do novo Estado. De um lado estavam os chamados restauradores,

que pediam a volta do imperador e colocavam-se como ferrenhos defensores da Monarquia e da

centralização administrativa e, de outro, a oposição, dividida em liberais monarquistas e liberais radicais,

que exigiam maior autonomia provincial e buscavam sempre medidas descentralizadoras, que

privilegiassem o poder local.

José Murilo de Carvalh

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propõe uma periodização das revoltas deste período, dividindo-as em

duas fases distintas. A primeira onda de revoltas dataria do período imediatamente posterior à

abdicação de d. Pedro, em 1831, e iria até 1835, com a promulgação do Ato Adicional. Estas revoltas

possuíam um caráter basicamente popular e, com exceção da Revolta do Malês, que foi uma rebelião

escrava, todas tinham caráter urbano e contavam sempre com participação popular e das tropas de

primeira linha do Exército. A população levantava-se basicamente contra as altas dos custos de vida e o

caráter anti-lusitano acabava fazendo-se presente pelo fato de o comércio nas principais capitais do país

ser amplamente dominado por portugueses. O fato de essas revoltas contarem com o apoio do

elemento militar tornava-as ainda mais perigosas e a solução encontrada para controlar esse quadro foi

a desmobilização do Exército e o fortalecimento de uma milícia civil que pudesse servir de instrumento

de controle das “classes perigosas”, já que o Exército era composto basicamente por elas.

Esta nova organização criada foi a Guarda Nacional, um corpo armado que exigia renda mínima de

100 mil réis para o ingresso em suas fileiras nas cidades do interior, chegando a 200 mil réis nas grandes

cidades. Além deste “filtro social”, outra característica importante era o seu caráter descentralizado,

sendo os seus membros eleitos localmente, a partir de eleições censitárias, onde os mandantes políticos

locais acabavam por ocupar os postos de comando da guarda. Esta estrutura favorecia a mobilização de

tropas para combater as rebeliões nas províncias mais distantes, além de entregar um certo controle

sobre o aparato militar para as elites provinciais. A Guarda Nacional era vinculada à Secretaria de

comunicações que tiverem relação com objetos militares. Coleção das decisões do governo do Brasil, Rio de Janeiro, p. 202. 1875.

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Carvalho, José Murilo de.

A Construção da Ordem

: a elite política imperial;

Teatro de Sombras:

a política Imperial. 2 ed. Rio de Janeiro: Ed. UFRJ/Relume-

Dumará, 1996

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