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Caderno Mapa n.8- A Secretaria de Estado do Negócios da Marinha

aplicação e o recrutamento. A Terceira Seção seria responsável pela engenharia naval e civil, pelos

serviços de porto e costas e pela Escola de Marinha, e a Quarta Seção seria incumbida das finanças e do

abastecimento da Marinha, cabendo a ela a organização da contadoria, da intendência, dos

almoxarifados, dos conselhos de compras e das demais repartições fiscais ou de arrecadação.

Em 1873 será a vez do Quartel General da Marinha receber novo regulamento com o decreto n.

5.278, de 10 de maio. Suas competências básicas permanecerão as mesmas, sendo a alteração mais

significativa a mudança do nome do chefe da repartição do Quartel General, de ajudante de ordens

encarregado do Quartel General para ajudante-general da Armada, uma questão aparentemente

pequena, mas decorrente de uma antiga luta por prestígio por parte dos ocupantes deste cargo

21 .

Uma reforma mais profunda na cúpula da Marinha ocorrerá em 1877. O decreto n. 6.782 de 22 de

dezembro, amparado pela lei de orçamento de 20 de outubro do mesmo ano, converteu a Secretaria do

Conselho Naval em uma seção da Secretaria de Estado, passando então a secretaria a compor-se de

cinco seções. Esta reforma pode ser entendida como uma aproximação deste conselho à estrutura

central da secretaria. Se antes ela contava com secretaria e arquivos próprios, agora, como seção da

Secretaria de Estado, o secretário do conselho passaria a ter o título de diretor, como possuíam os

outros chefes de seção. Ainda assim o Conselho Naval não sofreria com este ato nenhuma alteração em

sua composição ou funcionamento, e seu arquivo continuaria sob a responsabilidade da quinta seção,

não sendo transferido ao arquivo geral da Secretaria de Estado. A leitura dos relatórios ministeriais dos

anos posteriores apontam que o Conselho Naval continuou desempenhando suas funções, mas

estruturado burocraticamente de forma diferente da que possuía na época de sua criação.

Conclusão

Ao analisarmos as transformações pelas quais a Secretaria de Estado dos Negócios da Marinha

passou durante o período imperial, buscamos neste trabalho investigar as relações existentes entre tais

ações e os gabinetes e políticos responsáveis por elas, através basicamente da leitura dos relatórios

anuais enviados à assembleia pelos ministros responsáveis, onde eles expressavam o estado da

administração e faziam suas propostas para o melhor funcionamento da repartição. A partir dessas

leituras torna-se patente o papel de vanguarda exercido em diversos momentos pelos políticos

vinculados ao Partido Conservador no fomento a estas reformas, mesmo quando foram feitas em

21

Sobre este debate acerca do nome do cargo do dirigente e valorização do Quartel General, ver Caminha p. 47.

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