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Caderno Mapa n.9- A Secretaria de Estado do Negócios da Fazenda e o Tesouro Nacional

“Simplificar e distribuir melhor o serviço destas repartições, reduzir quanto

for possível o número de classes e de seus empregados e melhorar-lhes os

vencimentos, tal me parece ser a reforma de que elas ainda precisam”

(Brasil, 1870, p. 23).

Tal reforma, no entanto, não foi feita durante a gestão de Rodrigues Torres, que deixou o ministério

em 1870, mas continuou sendo vista com bom olhos pelos ministros que o sucederam até que, em

1873, o decreto de 5 de abril promoveu uma ampla reformulação do quadro de funcionários do

ministério, acabando com todas as seções que existiam nas contadorias da Diretoria de Contabilidade,

bem como nas tesourarias provinciais. As seções da Diretoria de Rendas também foram extintas, mas

um segundo cargo de subdiretor foi criado, passando a mesma a contar novamente com duas

subdiretorias. Além disso, diversos cargos foram extintos, como os de chefes de seção, 4º

s

escriturários

e oficiais-maiores, incluindo o da Secretaria de Estado, sendo suas responsabilidades redistribuídas pelo

restante dos funcionários.

Estas mudanças empreendidas em 1873, de acordo com o ministro João Maurício Wanderley, barão

de Cotegipe, melhoraram a “marcha e execução” das atividades do Tesouro, simplificando as estruturas

administrativas e possibilitando um melhor andamento do serviço, bem como a redução do quadro de

funcionários. De acordo com o relatório para o ano de 1876, o número de funcionários do Tesouro e

de todas as tesourarias de província caiu de 730, em 1859, para 650 (Brasil, 1877, p. 43).

Até o ocaso do Império, esta será a organização básica do Tesouro, e os relatórios dos anos

seguintes mostram que ela funcionava de forma satisfatória na avaliação dos sucessivos ministros que

ocuparam a pasta. O que assoma nestes relatórios são as constantes reclamações quanto à repartição do

Juízo dos Feitos de Fazenda, que não apresentavam os resultados esperados e que, segundo o ministro

Gaspar Silveira Martins, exigiam “grande despesa para sustentar-se, sem, todavia, no estado em que se

acha, corresponder aos fins para que foi criada ” (Brasil, 1878, p. 49).

Também estão presentes nestes últimos relatórios o debate em torno da elaboração de estatísticas

comerciais, consideradas essenciais para o desenvolvimento econômico do país. Como já vimos, essa

atividade estava a cargo da Diretoria de Rendas e, desde o despacho de 3 de janeiro de 1870, havia nesta

diretoria uma comissão especifica para o tema, mas que funcionava com poucos empregados. Buscando

então dar maior ênfase a esta atividade, o art. 17 da lei de orçamento de 20 de outubro de 1877

estabeleceu que haveria no Tesouro uma repartição exclusivamente voltada para a elaboração de

estatística sobre rendas gerais e comércio marítimo do Império.

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