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sistema financeiro, apoiadas nos monopólios e privilégios, com ênfase no reforço

da administração periférica, na especialização de funções e órgãos e no estímulo

às atividades ligadas à agricultura, comércio e indústria (FALCON, 1982)

. 1

Nesse momento também foi iniciado um processo de institucionalização

das ciências naturais a partir de uma maior promoção do seu estudo na

Universidade de Coimbra, e da criação de instituições científicas como museus

de história natural, jardins botânicos e gabinetes e laboratórios destinados à

catalogação e análise dos elementos naturais. A Coroa ainda incentivou uma

série de viagens naturalistas no Reino e domínios portugueses, conhecidas como

“viagens filosóficas”, além de patrocinar a aclimatação de plantas e animais em

todas as suas colônias, entre outras medidas

. 2

Essa relação entre Estado e ciência se acentuou durante o reinado de d.

Maria I e a regência de d. João. Esse período foi marcado por uma abertura

maior do governo português ao pensamento ilustrado, que se consubstanciou no

desenvolvimento de uma política fomentista apoiada em um saber utilitário

advindo, sobretudo, do conhecimento científico da natureza

. 3

O grande centro desse ideário foi a Academia de Ciências de Lisboa,

criada em 1779, que congregou boa parte da comunidade científica do Império

português e reuniu tanto homens ligados às reformas pombalinas quanto o

grupo anti-pombalino. A Academia, que passou a ser denominada Academia

Real das Ciências de Lisboa em 1783, tinha como principal finalidade a

construção e divulgação do conhecimento científico para todo o Império lusitano.

Com isso, tornou-se uma instituição de grande importância para as ações

1

Existe uma vasta bibliografia sobre o assunto, da qual podemos destacar FALCON, 1982 e MACEDO,

1982.

2

Ver sobre o estatuto da história natural em Portugal CARVALHO, 1987

.

3

Sobre a política econômica desse período e suas repercussões no Brasil ver NOVAIS, 1979.

4