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reformistas do Estado português, ocupando um lugar privilegiado da gestão da

política colonial, voltada para a exploração do mundo natural e aprimoramento

da agricultura, artes e indústria (SILVA, 2004, p. 86; VARELLA, 2007, p. 155; NOVAIS,

1979, p. 225). Assim, sua criação satisfez tanto aos interesses dos cientistas, que

buscavam dedicar-se a seu ofício, quanto aos do próprio Estado, pelos benefícios

econômicos que os avanços das pesquisas científicas poderiam trazer (SILVA,

2004, p. 90)

. 4

A maior expressão de suas atividades foram as “memórias” escritas pelos

seus sócios e colaboradores, contendo estudos e relatos de realizações técnicas

e científicas executadas em gabinetes ou nas “viagens filosóficas”, como as

empreendidas pelos naturalistas Alexandre Rodrigues Ferreira e José Mariano da

Conceição Velloso no Brasil (SILVA, 2004, p. 102; MUNTEAL FILHO, 2002, p. 46).

Muitas dessas “memórias” formularam propostas para a recuperação econômica

de Portugal baseadas, principalmente, nas riquezas materiais das suas colônias.

Desse modo, a ação da Academia não se restringiu apenas à análise

interpretativa dos problemas enfrentados, mas buscava também orientar as

diretrizes de ação da política colonial (NOVAIS, 1979, p. 240).

A mineração foi um tema importante para esses ilustrados, e a

recuperação dessa atividade no Brasil constituiu-se como assunto de várias

“memórias”. As opiniões, no entanto, eram divergentes. Para José Joaquim de

Azeredo Coutinho a atividade mineira era prejudicial a Portugal, como demonstra

em seu

Discurso sobre o estado atual das minas do Brasil

, publicado em 1804.

No entanto, para a maior parte desses “memorialistas”, a mineração era

considerada como elemento importante para a economia portuguesa e seu

4

Para um estudo da Academia de Ciências de Lisboa ver MUNTEAL FILHO, 1998.

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