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Uma das principais reclamações dos ministros da Marinha da Primeira República era a falta
de recursos, que paralisava a Força.
Realmente, o período republicano modificou drasticamente a situação financeira no
ministério. Se durante os últimos anos do Império as dotações orçamentárias do Exército e da
Marinha eram semelhantes, com uma ligeira vantagem para o Exército, a República fez o quadro
entre as duas armas modificar-se drasticamente. As verbas destinadas às forças navais passaram a
ser mais ou menos metade das fixadas para a outra força. Somente por ocasião do Programa
Naval de 1906 e a decorrente necessidade de aquisição de modernas embarcações, os
orçamentos destinados à Marinha conheceram aumento. Dessa forma, os investimentos no
ministério foram aumentando a partir do governo Rodrigues Alves (1902-1906), mantendo-se a
uma média de 11% do orçamento até o ano de 1912 (CARVALHO, 2005, p. 57; NETO, 2014, p.
103).
Após o período de negociações e encomendas dos grandes encouraçados do Programa
Naval de 1906, os orçamentos do ministério foram bastante inferiores aos do Exército, mesmo nos
anos 1920, quando se preparava um novo plano naval de modo a adequar a Marinha às inovações
pós Primeira Guerra Mundial. O quadro abaixo, que mostra o percentual do orçamento destinado
a cada uma das forças na década de 1920, é bastante claro a esse respeito:
Ano
Percentual Marinha
Percentual Exército
1920
6,89
14,96
1921
7,61
15,77
1922
7,8
11
1923
6,5
11,4
1924
6,4
11
1925
6,58
11,75
1926
6,96
12,5
1927
6,75
10,9
1928
6,93
12,23
1929
7,45
12,94
Fonte: WALDMANN JÚNIOR, 2012, p. 9-10