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1922, observamos as linhas gerais para esse novo plano:

Das considerações anteriores, evidencia-se a necessidade de se adquirir os novos

navios indispensáveis à constituição de uma pequena frota, sem dúvida, mas

composta de elementos modernos, dotados de todos os aperfeiçoamentos que

apresentam as diversas armas. Ao mesmo tempo, impõe-se dotar a marinha de

serviço de aviação e defesa submarina e minada à altura preponderante que

essas armas desempenharão nos prélios futuros. E como não é possível agora

procedermos como em 1910, levados por circunstâncias ocasionais, adquirindo

grandes unidades sem previamente cuidarmos dos meios de sua conservação,

sendo que estes depois foram preteridos pelas dificuldades de ordem financeira

antão sobrevindas, torna-se melhorar pelo menos a base naval do Rio de Janeiro

e concluir as obras do arsenal da Ilha das Cobras, que depois de pronto, permitirá

atender com os recursos nacionais, aos reparos e outras necessidades do

material flutuante (BRASIL, 1923, p. 18).

Assim, o novo plano naval previa a obtenção de: um couraçado, de 35.000 toneladas; um

cruzador, de 10.000 toneladas; cinco destróieres, entre 1.000 e 1.200 toneladas; cinco

submarinos, entre 800 e 1.000 toneladas; um navio porta aeroplanos; um navio mineiro; um navio

hidrográfico; 10 lança minas; 10 caça minas (BRASIL, 1923, p. 18).

A existência de uma embarcação de 35.000 toneladas no plano mostra a permanência de

suas ideias acerca da importância de navios de grandes deslocamentos em uma esquadra.

Convém lembrar que tal navio seria ainda maior do que os dois

dreadnoughts

brasileiros

encomendados pelo Programa Naval de 1906, o

Minas Gerais

e o

São Paulo

. Mesmo o navio

Rio

de Janeiro

, que fora encomendado por ocasião daquele programa, mas foi revendido depois por

conta de dificuldades financeiras, possuía 32.000 toneladas. Muitas páginas do relatório de 1922

foram escritas para justificar sua aquisição, levando em consideração os programas navais de

outras potências marítimas, as disposições do Tratado Naval de Washington e, como não poderia

deixar de ser, a imagem do país, principalmente perante os vizinhos sul-americanos.

Entretanto, a situação financeira do país não era das mais propícias para a aquisição de

novos navios de guerra. Por isso, na sua terceira gestão, o ministro Alexandrino modificou suas

pretensões de aquisição naval ao longo dos anos, de modo a ajustá-las à realidade econômica do

país

34

. Além disso, foram examinadas outras formas de captar os recursos necessários para a

montagem do novo programa naval, como a venda do encouraçado

Deodoro

para o México no

34. No relatório de 1923, o ministro modificava suas pretensões para um navio cruzador, cinco contratorpedeiros e

cinco submarinos. No relatório de 1924, as propostas eram de três cruzadores, 15 contratorpedeiros e 10 submarinos.

(WALDMANN JÚNIOR, 2012, p. 7).