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Outro prisma de capital importância para as análises dos esforços em prol da

modernização da Marinha nos anos 1891-1930 é o da administração pública. Modernizar a

Marinha brasileira, de modo que esta acompanhasse as evoluções bélicas e tecnológicas que os

demais países estavam experimentando gerava também a necessidade de mudanças na

administração naval.

De acordo com os homens que pensavam a modernização da Marinha brasileira, a

aquisição de navios e equipamentos de última geração era fundamental para um programa naval

consistente, mas não era suficiente. Em conjunto com a esfera material dessa força, era preciso

também adequar a esfera humana – oficiais e marinheiros – para que ele fosse bem-sucedido.

Contudo, a maneira como esta renovação seria compatibilizada foi um debate controverso

entre os ministros que ocuparam a pasta da Marinha A grande centralização das decisões, que

muitas vezes fazia os projetos navais assumirem um caráter pessoal e os recursos financeiros, na

maior parte das vezes insuficientes para materializar os anseios de renovação, foram fatores chave

para esse debate.

Grosso modo, a modernização naval brasileira deveria ser realizada através de três eixos

integrados: o material, pela aquisição de equipamentos e embarcações; o pessoal, através do

recrutamento e formação de marinheiros e oficiais; e o da descentralização administrativa.

Das primeiras tentativas de reestruturação ao Programa Naval de 1904

Os planos de reorganização naval já podiam ser verificados desde a gestão de Custódio

José de Melo, em seus relatórios apresentados de 1892 e 1893. Poderiam ser elencados da

seguinte forma:

A reformulação do ensino recebido pelos oficiais na Escola Naval;