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naval, conforme o art. 1º de seu regulamento. Era subordinada diretamente ao ministro e possuía
em seu quadro docente instrutores estrangeiros, notadamente norte-americanos.
A lei n. 3.089, de 8 de janeiro de 1916, que fixou as despesas do governo para o ano de
1916, autorizou a criação de uma escola de maquinistas auxiliares
30
, assim como uma de aviação
naval
31
e uma de submersíveis
32
, sem aumento de despesas.
No que concerne à esquadra, Alexandrino continuava um entusiasta do emprego das
embarcações de alta tonelagem, embora em 1914 admitisse que o valor dos poderosos
dreadnoughts
, pelos quais tanto insistiu no passado, era incerto nas batalhas:
Ainda não se pode considerar consagrado pela atual guerra o valor exato do tipo
dreadnought. É de esperar, porém, uma ação decisiva em que se estabeleçam
indiscutivelmente as vantagens práticas do seu emprego na guerra marítima
(BRASIL, 1915, p. 53).
Longas páginas do relatório de 1914 foram escritas pelo ministro em busca de uma
explicação para os poderosos e alardeados couraçados ingleses terem sido destruídos por
submarinos alemães no início do conflito mundial, em 1914
33
. Se as esperanças do ministro
Alexandrino acerca da demonstração da primazia do emprego dos
dreadnoughts
na guerra naval
foram concretizadas, as opiniões são variantes. Mas o certo é que após o final da Primeira Guerra
Mundial os navios
dreadnoughts
foram colocados em xeque em decorrência dos tratados de
redução de armamentos e do Tratado Naval de Washington de 1922. Nesse sentido, novos tipos
de embarcações passaram a ser priorizadas nos programas navais de muitas marinhas. Dentre
estas, destacavam-se os navios aeródromos e os submarinos.
Nesse contexto, o ministro Alexandrino, já então em sua terceira gestão no Ministério da
Marinha, propôs um terceiro programa naval, de modo que contemplasse essa tendência das
marinhas, também porque os navios nacionais já se encontravam em estado de obsolescência e
sem incorporar uma embarcação de valor militar havia anos. Assim, no relatório ministerial de
30. Organizada pelo decreto n. 12.023, de 12 de abril de 1916, tinha o objetivo de auxiliar a fusão entre os corpos de
Marinha e o de Máquinas (BRASIL, 1918, p. 114).
31. Criada pelo decreto n. 12.167, de 23 de agosto de 1916, teve o seu regulamento aprovado pelo decreto n. 12.364,
de 17 de janeiro de 1917.
32. Criada pelo decreto n. 12.007, de 29 de março de 1916.
33. Convém mencionar que a Inglaterra no período do conflito tinha a maior esquadra destes poderosos navios e se
viu em grandes dificuldades diante da frota de submarinos alemães. Ademais, os
dreadnoughts
mostraram grande
vulnerabilidade frente aos ataques aéreos e por torpedos (WALDMANN JÚNIOR, 2013, p. 10).