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Caderno Mapa n.9- A Secretaria de Estado do Negócios da Fazenda e o Tesouro Nacional

deveriam enviar suas contas ao Tesouro, e o tesoureiro-mor as encaminharia para a Contadoria das

Colônias, onde o contador-geral, auxiliado pelo oficial-maior, pelos escriturários e pelos amanuenses,

faria o trabalho de analisar a legalidade e a precisão dessas contas. Em seguida, as contas seriam

enviadas para a Mesa do Tesouro, onde o tesoureiro-mor ficaria encarregado de remetê-las à contadoria

responsável pela sua devida escrituração.

Com essa nova função dada à Contadoria-Geral das Colônias, suas antigas atribuições foram

redistribuídas. A 3ª Contadoria-Geral passou a realizar a escrituração das contas referentes ao

estabelecimento de colônias e assentamentos de colonos, e a escrituração do empréstimo feito na

ocasião da Independência do país, em 1822, que também era realizado na Contadoria das Colônias,

passou para a Tesouraria-Mor.

Além dessa nova competência, a Tesouraria-Mor ficou encarregada também de algumas atividades

ligadas à escrituração da dívida pública estabelecida segundo a lei de 1827, incluindo o controle das

apólices, que era feito até então na 2ª Contadoria. A Tesouraria-Mor também era a repartição a partir

do qual seria elaborado o balanço financeiro referente ao ano anterior e o orçamento do ano posterior

das contas do governo central, sendo a organização de tais atividades atribuídas ao escrivão da Mesa do

Tesouro, visto ser esta a repartição à qual os ministérios, contadorias e outros órgãos da administração

fazendária deveriam enviar seus balanços e orçamentos individuais.

A 1ª Contadoria-Geral também sofreu acréscimos em suas atribuições a partir de atividades que

antes eram exercidas em outras contadorias, como a escrituração das contas e da folha de empregados

do Arsenal do Exército, feitas até então na 2ª e 3ª Contadorias, e as do hospital militar, que eram feitas

na Contadoria das Colônias.

Vale destacar, ainda ,que o decreto de 1829 também dividiu entre as repartições do Tesouro a

responsabilidade pelas contas de cada uma das secretarias de Estado, ficando a escrituração da

Secretaria de Estrangeiros a cargo da Tesouraria-Mor, a das secretarias de Fazenda e da Guerra a cargo

da 1ª Contadoria, a das Secretarias de Justiça e de Marinha com a 2ª Contadoria e a da Secretaria do

Império sob responsabilidade da 3ª Contadoria.

Apesar dessa série de transformações, os problemas administrativos do Tesouro parecem ter

continuado. No relatório de 1830, o ministro mais uma vez demonstra sua insatisfação com o

funcionamento das repartições, afirmando que o Tesouro não estava sendo dirigido “

conforme os interesses

do Estado e de tal modo se há enredado sua escrituração que não será fácil ao ministro respectivo compreender hoje qual é

o sistema econômico que a rege, qual o princípio de vitalidade que a anima e põe em movimento esta máquina, e qual a

natureza dos defeitos que precisamente convém corrigir

”. O ministro, no entanto, não creditava esse problema à

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