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Caderno Mapa n.9- A Secretaria de Estado do Negócios da Fazenda e o Tesouro Nacional

Administrativamente, o novo governo irá se impor através de uma série de reformas que serão

empreendidas a partir da década de 1850, envolvendo diversos órgãos da administração pública,

incluindo a Secretaria de Estado dos Negócios da Fazenda. Na década de 1840, no entanto, algumas

medidas pontuais têm destaque, como a promulgação da lei de 29 de novembro de 1841, que criou o

Juízo Privativo dos Feitos da Fazenda. Com isso ficava estabelecida uma jurisdição em primeira

instância exclusiva para as matérias de contencioso ligadas à Fazenda, que, desde a extinção do

Conselho de Fazenda não eram exercidas separadamente.

Como vimos, a secretaria criada junto ao Tribunal do Tesouro em 1831 também aparece na

legislação como Secretaria de Estado dos Negócios da Fazenda, por ser ela a responsável pelo despacho

do ministro de Estado e do Tribunal do Tesouro. Essa secretaria foi reformulada em 1844 pelo decreto

de 19 de abril, que dispôs sobre os diferentes funcionários ali alocados e confirmou a determinação

dada anteriormente de que sua chefia era exercida pelo inspetor-geral do Tesouro. Este decreto

autorizou também a divisão da secretaria em seções, mas não especificou quantas ou quais seriam. O

relatório ministerial do ano seguinte, no entanto, menciona a existência ali de uma Seção de Contas,

sem definir suas funções ou sua organização. (Brasil, 1846, p 18-19).

A reforma de 1850 e os últimos anos do Império.

Ao longo da década de 1830 e de 1840, são constantes nos relatórios ministeriais as queixas dos

ministros quanto à dificuldade de organizar os trabalhos do Tesouro. As dificuldades citadas envolviam

diversos aspectos, principalmente em relação ao corpo de funcionários mal remunerado, despreparado

e insuficiente. As repartições que mais apresentavam dificuldades eram a Tesouraria-Geral e,

principalmente, a Contadoria-Geral de Revisão, que, mesmo após a divisão em seções feita em 1840,

continuou não conseguindo dar conta da grande quantidade de trabalho. Os diferentes ministros que

assumiram a pasta também frisaram por diversas vezes que essas dificuldades se agravaram após o já

citado deslocamento da Tesouraria da Província do Rio de Janeiro para a nova capital da província,

fazendo com que os impostos arrecadados na capital do Império passassem a ser recolhidos pela

recém-criada Recebedoria, e escriturado na Contadoria de Revisão do Tesouro.

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