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navios. No que concerne ao tempo de serviço, os marinheiros procedentes das escolas serviriam
por 15 anos, enquanto os voluntários, por 10.
Para Alexandrino, as escolas de aprendizes eram fundamentais para o preenchimento dos
navios e guarnições navais. O voluntariado e o sorteio marítimo não forneciam homens com
aptidão necessária para operar as modernas embarcações que o país deveria receber. Por isso, era
necessário formar esse pessoal nas escolas. Por fim, ao comentar a postura do seu predecessor e
desafeto, Júlio César de Noronha, declarava que se as escolas tinham a produção baixa era porque
elas não tiveram a atenção que mereciam, havendo muito que fazer tanto para popularizá-las,
divulgando as vantagens que poderiam proporcionar às famílias pobres, quanto para melhorar as
suas condições materiais e educacionais (BRASIL, 1907, p. 6). E ao relatar os resultados com as
primeiras propagandas no ano de 1906, declarou-os plenamente satisfatórios, visto que
conseguira completar totalmente o quadro de alunos previstos pela lei de forças para o ano de
1907 (BRASIL, 1907, p. 41).
Ainda no que diz respeito à esfera educacional, era preciso modificar a formação dos
oficiais, dotando-a de conhecimentos práticos, sem prescindir dos teóricos, acrescentando as
disciplinas necessárias para isso. Nesse sentido, foi estabelecido o ensino de eletricidade,
telegrafia, administração naval, aerostação, navegação de submarinos, entre outros (NETO, 2014,
p. 106; BRASIL, 1908, p. 104). Oficiais também foram enviados ao exterior para ter contato com as
novidades técnicas existentes nas marinhas mais avançadas.
Buscou-se também dotar os oficiais brasileiros de conhecimentos e especialização
pertinentes ao maquinário dos navios, através da fusão dos cursos de marinha e de máquinas da
Escola Naval. Assim, teoricamente, o oficial seria preparado para as esferas de comando e
combate do navio, além de ser capacitado para resolver possíveis problemas no maquinário da
embarcação e remediar a falta de oficiais maquinistas na Marinha. Entretanto, o que era muito
lógico na teoria não se verificou na prática. Em 1920, o ministro Raul Soares de Moura, civil,
expressava em seu relatório ministerial o fracasso do intento:
(…) a fusão dos cursos de marinha e de máquinas da Escola Naval realizada
depois de brilhante controvérsia, deu na prática resultados notoriamente
negativos.
A fusão não chegou mesmo a realizar-se, visto como no dizer de um dos
comandantes dos navios, não produziu um só oficial capaz de exercer as funções
de maquinistas nem com disposições para aprendê-las. Os claros abertos no
respectivo quadro ficaram vagos (BRASIL, 1920, p. 17).